Se eu nunca me encontrar,
Desisto de tentar me entender,
Desisto de querer me prever,
Pois, depois de tantos séculos
Me convivendo,
Tornar-se-á insustentável eu dividir
Meu corpo comigo mesmo.
Um de nós terá que partir.
Um de nós terá que morrer.
Exorcizar-me-ei em tendas,
Templos,
Mesas,
Tempos.
Expulsarei de mim esse ser que desconheço,
Farei simpatias, mandingas e patuás,
Tecerei orações intermináveis,
Farei promessas inconcebíveis para
Ter-me longe de mim.
A minha presença por vezes me é nociva,
Corrosiva, alérgica, mortal.
Contudo, pouco há o que fazer
A não ser pender para o lado da paciência
monástica,
Aguardando ventos melhores que me tragam
Coisas melhores que areia nos olhos,
Lixo pelas ruas e essa imensa tristeza
que acaba sempre cravada em meu peito.
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