terça-feira, 23 de outubro de 2012

Rodadas de Poemas com Paulo Ras



Paulo Ras



Calma. Não bata a porta. Não mate a sorte.
Espere o dia não raiar. Veja o parto do sol.
Veja a preguiça bolinando a cidade. Volte.
Cobiça minha clara e alva manhã
Como um tom ametista em tua pele rubi.
Sucumba ante tanto. Ante o canto.
Lamba o vento. Desfolhe a chuva e acalme.
O dia vem vindo. Não deixe o leito.
Deixe que esse beijo de noite te adormeça.
Manhãs tolas virão.
Não perca a vida em tão diversos lençóis,
Não viva a vida em tão perversos nós.
Cala-te. Amordaça-te.
E descubra entre as flores dos teus lampejos
As sempre perdidas pétalas de tesa saudade.



2 comentários:

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