segunda-feira, 30 de junho de 2014

Rodadas de Poema com Pablo Neruda

De Pablo Neruda

É Proibido



É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Rodadas de Poema com Pablo Neruda

De Pablo Neruda 

Saudade





Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.


Biografia 

Pablo Neruda, pseudônimo de Neftalí Ricardo Reyes Basoalto, nasceu a 12 de julho de 1904, em Parral, no Chile. Poeta chileno, considerado um dos mais importantes literatos do século XX. Seu pseudônimo foi escolhido para homenagear o poeta tcheco Jan Neruda. Sua obra é lírica, plena de emoção e marcada por um acentuado humanismo. Em seu livro de estréia, com apenas 20 anos, Crepusculário (1923), já se assinou Pablo Neruda que, em 1946, passou a usar legalmente. Sua fama tornou-se maior com a publicação de vinte poemas de amor e uma canção desesperada (1924).

Alternando a vida literária com a diplomática, Pablo Neruda era o embaixador chileno na França quando ocorreu o golpe de Estado que depôs o presidente Salvador Allende. De volta ao Chile, sofreu perseguições políticas e morreu pouco depois, sendo enterrado em sua casa de Isla Negra, ao sul do Chile. Em sua obra destacam-se Residência na Terra (1933), España en el corazón (1937, inspirado na Guerra Civil Espanhola), Canto Geral (1950), Cem sonetos de amor (1959), Memorial de Isla Negra (1964), A espada incendiada (1970) e a autobiografia póstuma, Confesso que vivi (1974), um emocionante testemunho do tempo e das emoções de uma grande poeta.

Em 1971, Neruda recebeu o Prêmio Nobel de Literatura e o Prêmio Lênin da Paz. Antes havia sido agraciado com o Prêmio Nacional de Literatura (1945). Morre em 1973.

quinta-feira, 26 de junho de 2014

O mundo da Poesia

Mais de 20 poemas inéditos de Pablo Neruda são encontrados em arquivos



Mais de 20 poemas inéditos do poeta Pablo Neruda foram encontrados durante uma revisão dos arquivos do autor por parte da Fundação Pablo Neruda, anunciou a editora Seix Barral, que os publicará no fim de 2014 na América Latina e no início de 2015 na Espanha.


 Segundo informou a editoria, os poemas foram encontrados em umas caixas que continham os manuscritos das obras de Pablo Neruda.  Segundo informou a editoria, os poemas foram encontrados em umas caixas que continham os manuscritos das obras de Pablo Neruda.

Segundo informou a editoria, os poemas foram encontrados em umas caixas que continham os manuscritos das obras do poeta, durante uma revisão exaustiva por parte da Biblioteca da Fundação Pablo Neruda, sob a direção de Darío Oses.


Nessa revisão, foi comprovado que alguns poemas manuscritos de extraordinária qualidade não tinham sido incluídos nas obras publicadas correspondentes a cada caixa.



A publicação desse material inédito de Neruda, o mais importante achado até agora do poeta, coincidirá com o 110º aniversário de nascimento do Prêmio Nobel e com o 90º aniversário da publicação de "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”.



Para a Seix Barral, a certificação da autoria desses mais de vinte poemas "os converte na maior descoberta das letras hispânicas nos últimos anos, um acontecimento literário de importância universal”.



A relevância dessa descoberta reside em que os poemas encontrados foram escritos posteriormente a "Canto geral” (1950), na época da maturidade de Pablo Neruda.

Previamente, só haviam aparecido dois trabalhos inéditos de Neruda: "O rio invisível” (Seix Barral, 1980), que incluía poesia e prosa de juventude, e seus poemas de adolescência, "Cadernos de Temuco” (Seix Barral, 1996).


O poeta e acadêmico Pere Gimferrer, que tem estado muito implicado na publicação desses inéditos, valoriza que nos novos poemas de Neruda encontramos "o poderio imaginativo, a transbordante plenitude expressiva e o mesmo dom, a paixão erótica ou o amor para a invectiva, a sátira ou o mínimo detalhe cotidiano convertido em poema”.



"Ou seja (se encontra) igualmente o Neruda de ‘Odes elementares’ e o Neruda de ‘A Barcalora’, o de ‘Memorial da Ilha Negra’ e inclusive o de ‘Estravagario’”, esclarece Gimferrer.



A Seix Barral antecipou um fragmento de um poema sem título, escrito em 1964, ano em que aparece "Memorial da Ilha Negra”, a grande recapitulação poética autobiográfica de Pablo Neruda ao completar sessenta anos:



"Reposa tu pura cadera y el arco de flechas mojadas/extiende en la noche los pétalos que forman tu forma/que suban tus piernas de arcilla el silencio y su clara escalera/peldaño a peldaño volando conmigo en el sueño/yo siento que asciendes entonces al árbol sombrío que canta en la sombra/Oscura es la noche del mundo sin ti amada mía,/y apenas diviso el origen, apenas comprendo el idioma,/con dificultades descifro las hojas de los eucaliptos”. 

"Repousa tua pura cadeira e o arco de flechas molhadas/ estende na noite as pétalas que formam tua forma/ que subam tuas pernas de argila o silêncio e sua clara escada/ degrau a degrau voando comigo no sonho/ eu sinto que ascendes então à árvore sombria que canta na sombra/ Escura é a noite do mundo sem ti amada minha,/ e apenas diviso a origem, apenas compreendo o idioma,/ com dificuldades decifro as folhas dos eucaliptos" (em tradução livre para o português).


Esse poema foi encontrado na Caixa 52, que contém materiais muito diversos. Os originais são mecanografados e não se achou uma versão manuscrita do mesmo, precisou a editora.

Fonte: Cubadebate