quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Paulo Ras sob a ótica das crianças



Paulo Ras

 Narração: Alunos 4º ano B


O relógio que impávido me olha.
Gira.
Se arrasta.
Corre.
Voa.
A cada momento velocidades diferentes.
O relógio esfomeado devora minha vida,
Engole meu tempo.
E quando te quero afoito,
Lentamente anda,
Sofregamente gira.
E no tempo que passa,
E nas horas que se esvaem,
A inconstância dos meus desejos
Interferem na marcha retilínea do tempo.
E a cada instante que passa,
Não sei o que anseio.
Talvez que o relógio pare.
Emudeça.
Congelando a fome de me devorar,
Alegrando a minha fome de viver,
Mais tranquila com a mudez repentina
Do tempo que me faz morrer.




terça-feira, 30 de outubro de 2012

Paulo Ras sob a ótica das crianças






De Paulo Ras

 Narração: Taíne Letícia
Ilustração: Alunos 4º ano B vespertino

A vida era prateada.
Olhos pueris enxergam estranhezas em tudo.
A rua é doce.
A casa é suave.
A boca é solar.
O chão é um buraco cheio de areia.
O mundo é uma bola de meia no universo.
Mente pueril refaz conceitos.
A moça tem sorriso de alvorecer.
O rapaz tem olhos de estrelas cadentes.
Os beijos deles são sufocados.
As mãos parecem sonhos lépidos varando o ar sem risco.
Mente pueril vê tudo com um gargalhar na mente.
E essa criança sentada dentro de mim
Também me estranha, me define, me definha.
Arranca minha alma e corre.
Foge de mim.
Criança insana. Devolve minha alma.
E ela sorridente me nega e
Banha o etéreo com a essência.
Chocolate.