Paulo
Ras
Ela tinha um
cisco no beijo.
Um pedacinho
de arranhadura de gato.
Deve ter
sido o dia que ela foi bailarina,
Deitando à
beira do precipício
Esperando
que a lua virasse alma.
Lua não vira
alma, menina.
Coaxou o
sapo que era mudo.
Lua canta
luz.
Repicou a
cigarra que tinha estourado
De tanto
cantar berros para os galhos frondosos
De uma
aroeira.
Limpa o
cisco, menina.
Aconselhou a
suindara.
Beija os
olhos do amor,
Gritou o
colibri.
Conselhos.
Conselhos.
A moça tapou
o mundo.
Falou para
dentro
E ouviu o eco
em seu peito.
Vinha
retumbante, arfante.
Salta deste
precipício e aseie.
Ela asou.
Pégaso.
Ela caiu.
Ícaro.
Ela sorriu.
Lunática.
A lua luou
sabática.
E sobrou um
lábio no cisco.
E ela não
viu. Não sentiu.
Até o dia em
que beijou um príncipe e
Ele correu coaxando poesias.
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