domingo, 24 de novembro de 2013

O mundo da Poesia



Projeto Conexão Cultural chega a sua
3ª edição

 

No próximo dia 27, quarta-feira, o Espaço Cultural São José será palco da 3ª edição do projeto Conexão Cultural. Com início às 20h30min, a Conexão Cultural mesclará, em um único ambiente, várias atividades culturais, como literatura e música.
Essa edição contará com a presença do escritor Uili Bergamin, natural de Bento Gonçalves e autor de diversas poesias, contos e crônicas. No evento, estarão disponíveis livros do autor, além de haver bate papo literário com o mesmo. A Conexão Cultural contará ainda com a premiação do I Concurso de Contos e Crônicas e da entrega de certificados aos participantes. No meio musical, haverá acústico com a dupla “Magic Pie”.
Com entrada gratuita, a 3ª Edição da Conexão Cultural é aberta a todo público, sendo realizada pelo Município de Flores da Cunha, através da Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto e é uma iniciativa da Biblioteca Pública Municipal Érico Veríssimo e do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi.

Assessoria de Imprensa (MTB 16839)



sábado, 23 de novembro de 2013

O mundo da Poesia




Poucas Palavras

Novo livro de Manuca Almeida saindo do forno


 



Os lançamentos do poeta Manuca Almeida não param, agora é a vez de lançar o livro de bolso POUCAS PALAVRAS, um livro que diz tudo que a gente quer ouvir. Direto, rápido, objetivo, inteligente e apaixonante . Com poucas palavras o autor transmite seus sentimentos e desejos, seja falando de amor ou alertando sobre os males que o homem vem causando ao planeta.
O livro tem: Poesias de Manuca Almeida, produção de Lu Almeida, marca 35 em 50 do Ap303, fotos de Toys de Iana Almeida – Iaiá ba , fotos de Pinzóh e Laura Arantes.
Esse é um livro pra todos os admiradores do poeta ter um, custa apenas R$5,00.
Os pedidos podem ser feitos pelo fone 74-3611-5280.


domingo, 10 de novembro de 2013

O mundo da Poesia

Caixa eletrônico saca contos e poemas

Ação criada pela Escala promove literatura gaúcha em feira do livro


Oito escritores gaúchos têm seus poemas e contos retratados
Oito escritores gaúchos têm seus poemas e contos retratados 

A Escala propôs uma ação diferente para o Banrisul durante a Feira do Livro de Porto Alegre que acontece até 17 de novembro na capital do Rio Grande do Sul. Trata-se do Caixa Eletrônico de Histórias, uma máquina que realiza apenas duas operações: saque e depósito. Ao acionar a opção saque, o visitante vai colher extratos com contos e poemas de oito autores gaúchos. Na opção depósito o usuário poderá virar escritor e escrever uma história própria. A ação foi desenvolvida em parceria com a Sinergy e a IES Comunicação.  

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O mundo da Poesia



O Livro do Desassossego, de Bernardo Soares



“A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nelas, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida.
Isto não vem a propósito de nada.Tenho sonhado muito. Estou cansado de ter sonhado, porém não cansado de sonhar. De sonhar ninguém se cansa, porque sonhar é esquecer, e esquecer não pesa e é um sono sem sonhos em que estamos despertos. Em sonhos consegui tudo. Também tenho despertado, mas que importa? Quantos Césares fui! E os gloriosos, que mesquinhos! César, salvo da morte pela generosidade de um pirata, manda crucificar esse pirata logo que, procurando-o bem, o consegue prender. Napoleão, fazendo seu testamento em Santa Helena, deixa um legado a um facínora que tentara assinar a Wellington. Ó grandezas iguais à da alma da vizinha vesga! Ó grandes homens da cozinheira de outro mundo! Quantos Césares fui, e sonho todavia ser.

Quantos Césares fui, mas não dos reais. Fui verdadeiramente imperial enquanto sonhei, e por isso nunca fui nada. Os meus exércitos foram derrotados, mas a derrota foi fofa, e ninguém morreu. Não perdi bandeiras. Não sonhei até ao ponto do exército, onde elas aparecessem ao meu olhar em cujo sonho há esquina. Quantos Césares fui, aqui mesmo, na Rua dos Douradores. E os Césares que fui vivem ainda na minha imaginação; mas os Césares que foram estão mortos, e a Rua dos Douradores, isto é, a Realidade, não os pode conhecer.
Atiro com a caixa de fósforos, que está vazia, para o abismo que a rua é para além do parapeito da minha janela alta sem sacada. Ergo-me na cadeira e escuto. Nitidamente, como se significasse qualquer coisa, a caixa de fósforos vazia soa na rua que se me declara deserta. Não há mais som nenhum, salvo os da cidade inteira. Sim, os da cidade dum domingo inteiro – tantos, sem se entenderem, e todos certos.
Quão pouco, no mundo real, forma o suporte das melhores meditações. O ter chegado tarde para almoçar, o terem-se acabado os fósforos, o ter eu atirado, individualmente, a caixa para a rua, mal disposto por ter comido fora de horas, ser domingo a promessa aérea de um poente mau, o não ser ninguém no mundo, e toda a metafísica.
Mas quantos Césares fui!” (27/06/1930; em “Livro do Desassossego”)
O poeta Fernando Pessoa tinha uma atração peculiar por Bernardo Soares. Para início de conversa, ele o classificava de semi-heterônimo porque: “não sendo a personalidade a minha, é, não diferente da minha, mas uma simples mutilação dela”. Ou ainda: “Sou eu menos o raciocínio e a afetividade.” É importante destacar que foi por meio de Bernardo Soares, autor de “O Livro do Desassossego”, espécie de diário em prosa poética escrito a partir de 1914 que o poeta Fernando Pessoa mais sinceramente falou de si mesmo. 

Para saber mais sobre Fernando Pessoa e seus heterônimos, leia a entrevista com Fernando Segolin, professor de Pós-Graduação de Literatura e Crítica Literária da PUC-SP e “pessoano” por excelência