quinta-feira, 26 de junho de 2014

O mundo da Poesia

Mais de 20 poemas inéditos de Pablo Neruda são encontrados em arquivos



Mais de 20 poemas inéditos do poeta Pablo Neruda foram encontrados durante uma revisão dos arquivos do autor por parte da Fundação Pablo Neruda, anunciou a editora Seix Barral, que os publicará no fim de 2014 na América Latina e no início de 2015 na Espanha.


 Segundo informou a editoria, os poemas foram encontrados em umas caixas que continham os manuscritos das obras de Pablo Neruda.  Segundo informou a editoria, os poemas foram encontrados em umas caixas que continham os manuscritos das obras de Pablo Neruda.

Segundo informou a editoria, os poemas foram encontrados em umas caixas que continham os manuscritos das obras do poeta, durante uma revisão exaustiva por parte da Biblioteca da Fundação Pablo Neruda, sob a direção de Darío Oses.


Nessa revisão, foi comprovado que alguns poemas manuscritos de extraordinária qualidade não tinham sido incluídos nas obras publicadas correspondentes a cada caixa.



A publicação desse material inédito de Neruda, o mais importante achado até agora do poeta, coincidirá com o 110º aniversário de nascimento do Prêmio Nobel e com o 90º aniversário da publicação de "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada”.



Para a Seix Barral, a certificação da autoria desses mais de vinte poemas "os converte na maior descoberta das letras hispânicas nos últimos anos, um acontecimento literário de importância universal”.



A relevância dessa descoberta reside em que os poemas encontrados foram escritos posteriormente a "Canto geral” (1950), na época da maturidade de Pablo Neruda.

Previamente, só haviam aparecido dois trabalhos inéditos de Neruda: "O rio invisível” (Seix Barral, 1980), que incluía poesia e prosa de juventude, e seus poemas de adolescência, "Cadernos de Temuco” (Seix Barral, 1996).


O poeta e acadêmico Pere Gimferrer, que tem estado muito implicado na publicação desses inéditos, valoriza que nos novos poemas de Neruda encontramos "o poderio imaginativo, a transbordante plenitude expressiva e o mesmo dom, a paixão erótica ou o amor para a invectiva, a sátira ou o mínimo detalhe cotidiano convertido em poema”.



"Ou seja (se encontra) igualmente o Neruda de ‘Odes elementares’ e o Neruda de ‘A Barcalora’, o de ‘Memorial da Ilha Negra’ e inclusive o de ‘Estravagario’”, esclarece Gimferrer.



A Seix Barral antecipou um fragmento de um poema sem título, escrito em 1964, ano em que aparece "Memorial da Ilha Negra”, a grande recapitulação poética autobiográfica de Pablo Neruda ao completar sessenta anos:



"Reposa tu pura cadera y el arco de flechas mojadas/extiende en la noche los pétalos que forman tu forma/que suban tus piernas de arcilla el silencio y su clara escalera/peldaño a peldaño volando conmigo en el sueño/yo siento que asciendes entonces al árbol sombrío que canta en la sombra/Oscura es la noche del mundo sin ti amada mía,/y apenas diviso el origen, apenas comprendo el idioma,/con dificultades descifro las hojas de los eucaliptos”. 

"Repousa tua pura cadeira e o arco de flechas molhadas/ estende na noite as pétalas que formam tua forma/ que subam tuas pernas de argila o silêncio e sua clara escada/ degrau a degrau voando comigo no sonho/ eu sinto que ascendes então à árvore sombria que canta na sombra/ Escura é a noite do mundo sem ti amada minha,/ e apenas diviso a origem, apenas compreendo o idioma,/ com dificuldades decifro as folhas dos eucaliptos" (em tradução livre para o português).


Esse poema foi encontrado na Caixa 52, que contém materiais muito diversos. Os originais são mecanografados e não se achou uma versão manuscrita do mesmo, precisou a editora.

Fonte: Cubadebate

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