De Paulo
Ras
Impressão
de reflexão silenciosa
Estou calado.
Estou só.
Nem um coração disparado.
Nem um cheiro de mofo
Atacando alergias que sequer possuo.
Nem meus fantasmas.
Nem o teu cheiro.
Nem o meu adeus.
Estou só.
Meu corpo inerte na cama,
Minha mente paralisada no mundo,
Tudo parado,
Nada respira.
Embalo-me e tento adormecer.
Olho para o horizonte.
Arranco meus pensamentos
E os jogo no jardim da minha casa,
Nos telhados dos vizinhos que estão dormindo,
Por cima das cercas, para debaixo das gramas,
Para longe de mim.
Melhor não pensar, penso.
Melhor não viver, sinto.
Melhor não sentir, vivo.
E caio incauto em minhas armadilhas tolas,
Andando cambaleante,
Caindo silencioso,
Querendo que o mundo acabe nesse momento,
Para que eu, sobrevivendo, aprenda a não querer
viver.
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