Soneto
à fraqueza minha
Uili
Bergamin
Ilustração: Damarcia Santos
Narração: Ivone Lopes
Alunas de EJA III etapa.
enfim passeaste por meus
jardins cinzentos
pelo reino tão escasso de
meus satélites
és luxuria que morde gritos
enluarados
da carne minha trabalhada
pela tua falta
em meus olhos devorados pela
sombra
a letra velha e extraviada
ganha pouso
lágrima antiga gotejando na
memória
história errante, bosque
prenhe de neblina
maldito coração, maldita
minha boca
louca, dura, esses lábios
são de inverno
cortam fundo, mais do que o
necessário
aí tu chegas com sapatos de
vento
e tinge meus lábios de um
sorriso bobo
nua e simples, tu tens linhas de lua
Diáfanos e sutis os versos de Uili, parecem brumas de um filme romântico ou aqueles universos também românticos criados por José de Alencar em seus romances, algo delicado e evanescente, belos mesmos, muito bons!
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