sábado, 22 de setembro de 2012

Rodadas de Poemas com Elisa Lucinda



Lilith Balangandã
Elisa Lucinda



Ponho o lenço do pescoço na cabeça
Molho os cabelos com calma
uma mulher é uma espécie de alma com enfeite
Chega diante do espelho
adorna-se como uma árvore de natal
nem é natal
mas ela vai dar bola
Às vezes não varre o quintal
mas pinta as maçãs
blushes ruges
Às vezes não costura
mas realça cortinas
cílios rímel lápis
Às vezes não conserta as portas
mas pinta as bordas das janelas
pálpebras delineador sombra
Mulher é uma Eva encantada
de espalhar-se por fora
em paraíso
batom cintura tesão juízo
pulseiras brincos balangandãs
são seus sonhos de fachada
que repetem de dentro
que rondam a porta da casa
Invento de princesa
Durante todas as primaveras
um cardume de cinderelas
ainda insiste dentro dela.

3 comentários:

  1. Sua personagem tem nome e sobrenome, mas bem que poderia se chamar simplesmente mulherada, toda ou quase toda ela é bem o que sua expressiva e representativa Lilith Balangandã mostra aqui. Gostei, Elisa.

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  2. Assim é a mulher. Imperfeita, por vezes vaidosa, mas sempre verdadeira!
    Linda poesia!

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  3. Boa tarde!

    Sabe eu sempre admirei a arte desta artista fenomenal, ela não é tão somente uma poeta de primeiríssima grandeza, mas também uma excelente atriz e cantora, fico feliz que tenha um espaço dedicado a ela e onde a gente possa desfrutar de sua bela arte, como este magistral poema.
    Meus parabéns!
    Aproveito para desejar-lhe um excelente restinho de domingo e uma abençoda semana!

    Abraços e minha admiração!!!

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