Segredinhos de amor
Elias José
Gosto muito de
vocês,
Muito mesmo,
Mas não me peçam explicação,
Pois não vai dar pra contar
O que vai morrer comigo,
O que já fechei no meu poço.
Vocês sabem como são
Os segredinhos de amor
Todo mundo tem os seus
E pobre de quem não tem...
Muito mesmo,
Mas não me peçam explicação,
Pois não vai dar pra contar
O que vai morrer comigo,
O que já fechei no meu poço.
Vocês sabem como são
Os segredinhos de amor
Todo mundo tem os seus
E pobre de quem não tem...
Sei, de fato,
Entre amigos há sempre um pacto,
Um elo belo,
Mas não vale tão fato
Pros segredinhos de amor.
Entre amigos há sempre um pacto,
Um elo belo,
Mas não vale tão fato
Pros segredinhos de amor.
Não, não é medo do
ridículo.
Nem é o meu segredo um conflito.
Pode até ser coisa infantil
E até meio boba,
Nem é o meu segredo um conflito.
Pode até ser coisa infantil
E até meio boba,
Mas segredo é
segredo,
Coisa guardada a medo
Pra alegria e tortura
Só da gente
Coisa guardada a medo
Pra alegria e tortura
Só da gente
E um segredo é
muito mais segredo
Se for um segredinho de amor!
Se for um segredinho de amor!
Quem foi Elias José?
Elias José nasceu em
Santa Cruz da Prata, distrito do município de Guaranésia, Minas Gerais, em 25
de agosto de 1936. Viveu em Guaxupé/MG com sua esposa Silvinha e seus três
filhos: Iara, Lívia e Érico. Além de escritor, Elias José foi professor de
Literatura Brasileira e de Teoria da Literatura na Faculdade de Filosofia de
Guaxupé (FAFIG), tendo atuado também como vice-diretor, diretor e coordenador
do Departamento de Letras e como professor de Língua Portuguesa e Literatura
Brasileira na Escola Estadual Dr. Benedito Leite Ribeiro.
Começou a publicar em 1970, quando a Imprensa
Oficial de Minas Gerais lançou "A Mal-Amada", uma surpreendente
coleção de minicontos, com apoio de Murilo Rubião, que reunia contos publicados
em suplementos literários do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e
Portugal. Antes disso, já tinha conquistado o segundo lugar no Concurso José
Lins do Rego da Livraria José Olympio Editora, em 1968. Depois publicou "O
Tempo, Camila" e o "Inquieta Viagem ao Fundo do Poço", este,
ganhou o prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro como Melhor Livro de
Contos e, ainda, o prêmio Governador do Distrito Federal como Melhor Livro de
Ficção de 1974.
Elias José tem contos e poemas traduzidos e
publicados em revistas literárias e antologias de autores brasileiros no
México, Argentina, Estados Unidos, Itália, Polônia, Nicarágua e Canadá. Foi,
por várias vezes, selecionado pela Fundação Nacional do Livro Infantil e
Juvenil (FNLIJ) para representar o Brasil em feiras de livros internacionais.
Foi ainda jurado de vários concursos literários, ministrou cursos, oficinas e
palestras, participou de vários congressos de educação, lingüística e
literatura.
Faleceu aos 72 anos, vítima de complicações de
uma pneumonia, enquanto curtia férias com a família, em Guarujá, no litoral
paulista, no dia 02 de agosto de 2008.
Que graça, lindo poema e bem verdadeiro. Um ícone que não é conhecido...vamos divulgar!
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