De Mário Quintana
O Auto-Retrato
No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore…
às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança…
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão…
e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,
no final, que restará?
Um desenho de criança…
Corrigido por um louco!
Biografia
Mário Quintana foi um importante escritor, jornalista
e poeta gaúcho. Nasceu na cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) no dia 30 de
julho de 1906. Trabalhou também como tradutor de importantes obras literárias.
Com um tom irônico, escreveu sobre as coisas simples da vida, porém buscando
sempre a perfeição técnica.
Sua
infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos
de idade e o pai não chegou a conhecer. Em 1919, mudou-se para a cidade de
Porto Alegre, onde foi estudar no Colégio Militar. Foi nesta instituição de
ensino que começou a escrever seus primeiros textos literários.
Já na
fase adulta, Mário Quintana foi trabalhar na Editora Globo. Começou a atuar na
tradução de obras literárias. Durante sua vida traduziu mais de cem obras da literatura
mundial. Entre as mais importantes, traduziu “Em busca do tempo perdido” de
Marcel Proust e “Mrs. Dalloway” de Virgínia Woolf.
Com 34
anos de idade lançou-se no mundo da poesia. Em 1940, publicou seu primeiro
livro com temática infantil: “A rua dos cataventos”. Volta a publicar um novo
livro somente em 1946 com a obra “Canções”. Dois anos mais tarde lança “Sapato
Florido”. Porém, somente em 1966 sua obra ganha reconhecimento nacional. Neste
ano, Mário Quintana ganha o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira dos
Escritores, pela obra “Antologia Poética”. Neste mesmo ano foi homenageado pela
Academia Brasileira de Letras.
Ainda em
vida recebeu outra homenagem em Porto Alegre. No centro velho da capital gaúcha
é montado, no prédio do antigo Hotel Majestic, um centro cultural com o nome de
Casa de Cultura Mário Quintana.
Faleceu
na capital gaúcha no dia 5 de maio de 1994, deixando um herança de grande valor
em obras literárias.
Quintana é o poeta... incrível, dispensa comentários. Um abraço!
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