De Manoel de Barros
A namorada
Havia um muro alto entre nossas casas.
Difícil de mandar recado para ela.
Não havia e-mail.
O pai era uma onça.
A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por
um cordão
E pinchava a pedra no quintal da casa dela.
Se a namorada respondesse pela mesma pedra
Era uma glória!
Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira
E então era agonia.
No tempo do onça era assim.
Texto extraído do livro "Tratado geral das grandezas do ínfimo", Editora Record - Rio de Janeiro, 2001, pág. 17.
Novamente, uma bela partilha! Obrigado, Gerlane!
ResponderExcluirInesquecível Manoel de Barros!!
ResponderExcluirBelo!!
Amigos,
ResponderExcluirGrata pela visita e comentários!
Abraços poéticos!!!
Gerlane Fernandes